Analisar um estudo de caso da avaliação de desempenho 180 graus pode ajudar você a entender melhor como a ferramenta acontece na prática e ainda encorajá-lo a aplicá-la na equipe.
Leia também: Diferença entre a avaliação de desempenho 180 e 360 graus: 3 fatores que ajudam você a decidir qual usar com o time
Pensando nisso, separamos 2 casos. Assim, você entende algumas possibilidades da avaliação e se inspira para criar a sua!
O que é a avaliação de desempenho 180 graus?
Antes de mostrarmos estudos de caso da avaliação de desempenho 180 graus, vamos entender melhor o que ela é. Assim, esse tipo de avaliação é um instrumento usado nas empresas para verificar a performance de um colaborador a partir de dois pontos de vista:
- a do colaborador, através de uma autoavaliação;
- a do gestor imediato, através de um questionário.
Tanto a autoavaliação quanto o questionário do gestor contém questões sobre as competências técnicas e comportamentais do avaliado. Elas podem ser organizadas em grupos temáticos e apresentarem pesos diferentes.
Como você deve ter percebido, diferentemente de modelos tradicionais, a avaliação de desempenho 180 graus conta com a participação do próprio avaliado, que tem a oportunidade de refletir sobre suas ações na empresa, se tornando, assim, protagonista de seus atos.
Ao fim do preenchimento dos formulários, o gestor se encontra com o colaborador em uma reunião one-on-one para discutir os resultados. Esse é um momento importante, pois é são apontados os pontos em que os dois estão em concordância e os que estão em desacordo.
Após feedbacks positivos e identificação de pontos fortes, o gestor e o avaliado criam estratégias de desenvolvimento e melhoria de competências alinhadas com as necessidades da empresa e com as aspirações do colaborador.
Estudo de caso da avaliação de desempenho 180 graus
A seguir, vamos apresentar dois estudos de caso da avaliação de desempenho 180 graus feitos por pesquisadores. Eles ilustram como a ferramenta acontece na prática nas empresas e aponta os seus pontos positivos e negativos.
Confira!
1. Estudo de caso da avaliação de desempenho 180 graus: SEBRAE-RS
Em um estudo de trabalho de conclusão de curso de 2005, a pesquisadora Fernanda de Souza Gandon analisou o modelo de avaliação de desempenho 180 graus no SEBRAE do Rio Grande do Sul.
Os procedimentos adotados pela empresa foram:
- Preenchimento dos formulários de avaliação;
- Reunião de feedback;
- Encaminhamento dos formulários e documentos de feedbacks assinados à Gerência de Desenvolvimento de Pessoal e Qualidade;
- Encaminhamento dos documentos junto às auditorias internas e externas à área de Desenvolvimento de Pessoal e Qualidade
- Desenvolvimento do Plano Anual de Treinamento e Desenvolvimento.
Entre os aspectos positivos encontrados pela pesquisadora, estão:
- existência de plano de desenvolvimento e de resultados;
- feedback com troca de ideias;
- papel do gerente como conselheiro;
- papel da área de RH como facilitador e organizador.
Já entre os pontos negativos, a pesquisadora encontrou:
- o desenvolvimento de competências não foi abordado significativamente;
- falta de continuidade nos programas de desenvolvimento;
- papel burocrático do RH;
- falta de relação entre os resultados e as ações nos outros subsistemas de RH.
No entanto, de 9 entrevistados, 8 apontaram que a avaliação de desempenho 180 graus contribuiu para o seu desenvolvimento profissional.
2. Estudo de caso da avaliação de desempenho 180 graus: Next Soluções Tecnológicas
Em outra pesquisa, Rosa Maria Lisboa buscou entender a avaliação de desempenho 180 graus na empresa Next Soluções Tecnológicas. O instrumento foi aplicado através do Google Docs para 9 colaboradores e 2 gestores de forma anônima. Depois, os dados foram agrupados para a análise.
Aqui, optou-se por uma avaliação em que os gestores avaliam o time completo, ao invés de individualmente.
Para cada questão, os gestores e colaboradores deveriam responder com as seguintes respostas:
- Péssimo, Ruim, Regular, Bom, Excelente;
- Muito baixo, Baixo, Regular, Bom, Elevado;
Houve também espaço para respostas descritivas, em que os gestores poderiam dar feedbacks ao seu grupo de colaboradores e os colaboradores para os gestores.
Enquanto o feedback dos gestores foi voltado para a motivação dos funcionários, o dos colaboradores apontou elogios e sugestões para a flexibilidade. Os colaboradores também cobraram mais atenção a detalhes como repasse de informações, tarefas e aumento de salário.
Nesse sentido, a pesquisadora percebeu uma relação amistosa entre gestores e colaboradores com a aplicação da avaliação de desempenho 360 graus.
Dica para o sucesso da aplicação da avaliação de desempenho 180 graus
Como você deve ter percebido, os dois estudos de caso da avaliação de desempenho 180 graus mostram dinâmicas bem diferentes. Enquanto um apresenta um cuidado burocrático e processual com o desempenho, o outro parece focar na prática da avaliação e considera o time, ao invés, do indivíduo.
Ou seja, a avaliação de desempenho 180 graus pode ser adaptada às necessidades e condições de sua organização.
Mas tenha em mente que existem maneiras que facilitam o sucesso da aplicação do formulário e do desenvolvimento de seus colaboradores. Uma delas é o uso de ferramentas tecnológicas que agilizam o processo e ajudam na análise dos resultados.
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