Com base na ciência, como a autocompaixão pode ser o seu superpoder para o sucesso
Se um dia você sair perguntando por aí como as pessoas avaliam o próprio desempenho profissional, você pode imaginar que a grande maioria dirá que é exigente consigo mesma. Que sentem que o bom nunca é o suficiente. Que são seus piores críticos. E alguns diriam que se tornaram mais fortes sendo rigorosos consigo mesmos. Você se identifica com essas respostas?
Pensar assim faz sentido: tendemos a pensar que quanto mais esperamos de nós, mais resultados alcançaremos, mesmo que eles fiquem um pouco aquém.
Ou talvez não.
De acordo com um estudo publicado no Personality and Social Psychology Bulletin, tratar a si mesmo com autocompaixão – enxergar fraquezas, falhas e erros como parte natural da vida – o motivará melhor a superar essas dificuldades e aprimorar seu desempenho.
Conforme os pesquisadores escrevem:
“Essas descobertas sugerem que, de maneira um tanto paradoxal, adotar uma abordagem de aceitação em relação ao fracasso pessoal pode tornar as pessoas mais motivadas a se desenvolverem.”
Além disso, um estudo publicado em Self and Identity descobriu que o estresse que vem da autocrítica aumenta a procrastinação.
Então, como estar mais motivado para aprender? Mais propenso a começar em vez de procrastinar? Sendo um pouco menos duro consigo mesmo! Para alguém que se cobra muito, isso soa reconfortante, porque pensar o tempo todo que devo fazer melhor – devo ser melhor – é uma abordagem exaustiva e frustrante no longo prazo.
Você pode ler isso e pensar “isso não se encaixa com minha mentalidade de crescimento/aprendizado contínuo.” Se você não está familiarizado com o termo, as pessoas tendem a abraçar uma de duas abordagens mentais em relação ao talento e habilidades:
- Mentalidade fixa. A crença de que a inteligência, habilidade e competência são inatas e relativamente fixas: que nós “temos” o que nascemos. Pessoas com uma mentalidade fixa normalmente dizem coisas como “Eu não sou assim tão inteligente” ou “Química não é o meu forte.”
- Mentalidade de crescimento. A crença de que inteligência, habilidade e competência podem ser desenvolvidas: que nós somos o que trabalhamos para nos tornar. Pessoas com uma mentalidade de crescimento normalmente dizem coisas como “Se eu continuar tentando, posso conseguir” ou “Tudo bem. Eu só preciso tentar de novo.”
O problema da mentalidade fixa é que, independentemente da sua autoestima, quando você acredita que “é como é” e se vê ralando, você se sente impotente. Quem você é não é bom o bastante. Então, você pára de tentar.
Pessoas com uma mentalidade de crescimento tendem a ser mais gentis consigo mesmas, mas sem diminuir seu foco na melhoria. Elas permanecem no caminho, pois esse caminho leva aonde querem chegar. Elas podem querer mais… mas com tempo e esforço, têm mais chances de chegar lá.
Ser um pouco mais bondoso consigo mesmo não significa que você relaxou seus padrões. Isso não significa que seus objetivos sejam de alguma forma menos ambiciosos. Isso apenas significa que a fraqueza ou o fracasso são etapas naturais no caminho para a realização futura. E a autoestima não é um fator para adotar essa abordagem. Você não é um “perdedor”. Você simplesmente perdeu, desta vez. Você não é um “fracasso”. Você simplesmente não teve sucesso, desta vez.
Experimente adotar essa perspectiva. Da próxima vez que cometer um erro, tente praticar a autocompaixão. Não fique remoendo o erro, exceto para aprender com ele.
Porque o que importa é que você tentou e continuará tentando.